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Neste artigo vamos trazer a análise mais detalhada sobre a remuneração, que estamos dando luz nos cargos de gerentes seniores a CEOs.
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Direto ao ponto
Há alguns dias divulgamos um artigo com análise ampla sobre a equidade de gênero no mercado de trabalho. Baseados em informações do nosso banco de dados nas posições de liderança mais seniores, encontramos o grande desafio na falta de oportunidade para a ascensão na carreira para as mulheres e não propriamente na equidade salarial.
Neste artigo vamos trazer a análise mais detalhada sobre a remuneração, ressaltando que estamos dando luz aos nossos dados baseados em 1880 profissionais (1363 homens e 517 mulheres) do Estado de São Paulo nos cargos de gerentes seniores a CEOs.
Segundo relatório recente do Fórum Econômico Mundial, levaremos 134 anos para chegar à igualdade de gênero na liderança se continuarmos no passo atual. O Banco Mundial estima que a equidade de oportunidades entre gêneros no mercado de trabalho aumentaria o PIB global em 20%. Imaginem quanto benefício à humanidade poderia ser gerado com este aumento, além do ponto de vista econômico e financeiro.
A revista Forbes atualmente divulgou que CEOs mulheres nos EUA estão ganhando mais que os homens de acordo com um estudo da Equilar com a Associated Press. Embora as mulheres sejam em número expressivamente menor, o estudo baseado na S&P 500 (500 maiores empresas de capital aberto nos EUA, com 341 CEOs, sendo 25 mulheres), demonstra que o salário delas excede o dos homens em mais de 8%.
Sim, entendemos que estamos falando de cenários com condições de equidade teoricamente melhores, em empresas bem estruturadas e com políticas vigentes de remuneração e diversidade.
Mas, é importante divulgar e reforçar dados reais que questionam o viés de que mulheres sempre ganham menos que os homens. Podem existir condições menos privilegiadas por região, por tipo de empresa e de cargo, porém também existe uma tendência de equidade salarial ganhando força.
Inclusive, a América Latina é um benchmark de evolução nesse quesito. Não estamos falando só de países de primeiro mundo.
Apresentamos as informações do nosso banco de dados que trazem a média de remuneração para homens e mulheres, analisadas por cargo e por grade salarial / peso do cargo, ou seja, nível de complexidade, experiência requerida e exigência de competências para desempenhar as funções.
O objetivo deste artigo é estimular a reflexão sobre teses que analisam ângulos diferentes da equidade salarial entre homens e mulheres. Geralmente as divulgações estatísticas chegam à conclusão que mulheres ganham menos que homens. Mas, no nosso banco de dados evidencia algumas distorções nestas afirmações.
O que surge como verdadeiro no nosso banco de dados:
• Para termos informações precisas é necessário considerar o porte das empresas empregadoras. O porte impacta diretamente no peso dos cargos. Misturar dados das empresas de menor porte com muitos dados femininos com empresas grandes com mais dados masculinos influencia a tese que mulheres ganham menos.
• Outro viés importante que já conhecemos é que existe um número muito pequeno de mulheres na alta liderança. Esta diferença de frequência na amostra impacta na média geral salarial. O número bem menor de mulheres acaba diluindo e jogando para baixo o resultado feminino.
• Quanto mais diminuímos o nível hierárquico, maior a equidade de remuneração, tanto que, no nível de analistas, não existem diferenças porque os cargos são ocupados por números parecidos de homens e mulheres.
Apresentamos a seguir alguns dados de remuneração nos níveis seniores de liderança
Não temos uma amostra significativa para os cargos de CEO porque existem poucas mulheres neste nível, mas vale salientar que nosso banco de dados só tem uma mulher CEO em empresas de grande porte, acima de um bilhão de faturamento. Mais uma vez, vemos o funil bem estreito de ascensão de carreira para mulheres, inclusive nas grandes empresas.
Mesmo com a tendência à equiparação salarial entre homens e mulheres nos ambientes mais sensíveis a este movimento, a grande oportunidade para estreitar a lacuna que só será fechada no ano 2168 segundo as projeções do Fórum Econômico Mundial concentra-se no amadurecimento cultural dentro das organizações sobre a importância da diversidade e da criação de ações que promovam equidade. Agir intencionalmente para mudar os aspectos culturais que geram incerteza é fundamental, senão os riscos de seguirmos tratando diferenças com normalidade irão nos impor a regressão dos avanços duramente conquistados.
No âmbito de gestão de pessoas, estamos falando de políticas e práticas de seleção de remuneração e de desenvolvimento que permitam o acesso das mulheres a todos os níveis de carreira.
Destacamos, com nossos dados, que a equidade salarial não é o eixo principal a ser priorizado porque já está em relativo movimento de equilíbrio. A questão fundamental é dar acesso às mulheres aos cargos de maior influência e de alta liderança.
A IDEE espera que as informações deste artigo sejam úteis.
Nos deixem saber quais outros temas seriam relevantes para abordarmos nos próximos artigos. Comentem.
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