Mulheres na liderança – uma análise além da equidade na remuneração

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Mulheres na liderança – uma análise além da equidade na remuneração

Muito se fala sobre a equidade salarial entre gêneros e os dados apresentados não são similares nas diversas fontes de informação e de opinião.

Por:

Silvia Spessotto

Empreendedorismo

15

min. de leitura

06

de

June

de

2024

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IDEE

06

de

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Mulheres na liderança – uma análise além da equidade na remuneração

Autores

Silvia Spessotto

Diretora ID-EVOLUTION

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Segundo os índices recentes da S&P, as mulheres estão perdendo posições em cargos executivos e nas gerências seniores, nos EUA desde 2005 devido à desaceleração do foco em iniciativas de diversidade e inclusão.

Muito se fala sobre a equidade salarial entre gêneros e os dados apresentados não são similares nas diversas fontes de informação e de opinião. Mas já sabemos que estamos vivendo uma época de notícias que variam entre o totalmente falso ao totalmente verdadeiro e comprovado.

Assim, nós da IDEE nos aprofundamos no tema e buscamos informações no nosso Banco de Dados de Remuneração e Benefícios 2023, com abrangência nacional e 502 empresas de diversos segmentos. São 1800 cargos pesquisados que geraram mais de 1,3 milhão de informações.

Mas antes de falarmos do cenário que encontramos no Brasil, vamos trazer alguns dados mundiais para aquecer o contexto.

 

Cenário Global

Segundo os índices recentes da S&P, as mulheres estão perdendo posições em cargos executivos e nas gerências seniores, nos EUA desde 2005 devido à desaceleração do foco em iniciativas de diversidade e inclusão.

A Grant Thornton divulgou que 38% dos cargos mundiais de liderança pertencem às mulheres, ou seja, cerca de um terço das oportunidades de mercado, embora sejam maioria demográfica e possuem 4 anos a mais de escolaridade em geral. Nas empresas, são 43% dos funcionários o que é justificado com a informação de que mulheres ocupam mais posições autônomas que não aparecem nas pesquisas.

Estudo da consultoria Diversity Matters Even More de 2023 aponta que empresas diversas em termos de gênero mostram tendência financeira 25% melhor.

O Fórum Econômico Mundial estima que serão necessários 131 anos para alcançar a igualdade se o mundo seguir com as tendências e cenários atuais de progresso geral. Uma tendência forte a ser encarada são as crenças culturais que entendem que os homens são mais objetivos e mais estratégicos. Mas na verdade, é comprovado que habilidades e talentos aplicados igualmente entre homens e mulheres são vistos de forma diferente. Por exemplo, enquanto homens são assertivos e objetivos, as mulheres com mesmos comportamentos e atitudes são vistas como agressivas e com problemas emocionais e assim por diante.

Outro fator que tem interferido no acesso de mulheres aos cargos de liderança nos últimos anos é o retorno aos escritórios pós pandemia. A maternidade e funções de gestão do lar não combinam com a posição de liderança nas empresas.

 

No Brasil 

Pesquisas da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) de 2024 demonstraram redução na diferença salarial entre gêneros.

No Brasil, a FIA e a CNI trazem os indicadores de 38% e 39% respectivamente, para o número de mulheres em cargos de liderança, seguindo a tendência mundial. No entanto estamos bem cima da tendência mundial, com 17% de mulheres nas posições de CEO contra 6% no mundo, segundo a Deloitte.

 

Banco de Dados IDEE 

O foco deste artigo são as posições de liderança a partir de gerente sênior a presidente/CEO no Estado de São Paulo. Levantamos dados de 1880 profissionais, sendo 1363 homens e 517 mulheres. Estamos falando de 27,5% de mulheres nesta amostra em posições de alta liderança.

Quanto à equidade da remuneração entre gêneros, encontramos as mesmas evidências da CNI. Não existe diferença considerável.

Porém, as mulheres continuam tendo menor acesso às posições de liderança. Já vimos que num banco de dados com 1880 pessoas com cargos executivos, somente 27,5% são mulheres. Estes dados ficam mais evidentes quando quebramos este percentual nos níveis hierárquicos:

Os segmentos de mercado que possuem maior população feminina nos cargos mencionados, acima da média de 27,5% são:

Segmentos mais difíceis para o crescimento profissional feminino são Agronegócio e Agroindústria, Concessão de Rodovia, Montadora e Transporte.

 

As áreas com liderança feminina maior que a média 27,5%:

Em contraposição as áreas Administração, Logística e Suprimentos, Manutenção, Processos, Produção / Operação, TI e Varejo Possuem liderança feminina bem menor.

Naturalmente a maioria das áreas com maior número de mulheres líderes exigem competências culturalmente associadas ao feminino, o que fortalece a análise do Fórum Econômico Mundial sobre as crenças culturais. Mas se compararmos o mercado antes da geração baby boomer, já notamos evolução.  Uma nova cultura vem abrindo espaços para novos costumes e carreiras tanto para homens como para mulheres. Mas toda transição cultural e mudança de crenças leva muito tempo e investimento.

Na IDEE trabalhamos com visão sistêmica sobre todos estes temas abordados e outros que afetam o desenvolvimento das organizações e suas pessoas.

Novas políticas e práticas de gestão, estratégias aderentes à evolução cultural e valores necessários às empresas do século 21 são urgentes para manter a sustentabilidade dos negócios.

Convidamos todos a falarem conosco sobre tudo isto.

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